Como funciona o nosso cérebro na hora de escolher alimentos? O Serviço de Endocrinologia da ULSLO colaborou numa investigação que dá novos passos para responder a esta pergunta e que poderá ter impacto na abordagem a doentes com obesidade. O resultado do trabalho, liderado pelo psiquiatra e investigador Albino Oliveira-Maia, da Fundação Champalimaud, foi publicado recentemente na revista PLOS Biology e foi noticiado pela agência Lusa, tendo sido reproduzido em diferentes meios de comunicação.
João Sequeira Duarte, diretor do Serviço de Endrocrinologia da ULSLO, que conta com três autores neste trabalho, explica que esta investigação mostrou como a estimulação nutricional influencia as escolhas alimentares e está conservada na obesidade, bem como após a cirurgia bariátrica.
As pessoas, nestas diferentes circunstâncias, tendem a preferir alimentos mais calóricos, o que pode ajudar a explicar o esforço exigido nas decisões alimentares.
“O nosso cérebro manda-nos armazenar calorias, pois no passado isso era uma vantagem para sobrevivermos aos períodos de fome. Isso mantem-se mesmo após a perda de peso, reduzindo-se também o dispêndio energético com é há muito conhecido”, salienta João Sequeira Duarte. “Após a cirurgia bariátrica reduz-se a quantidade de alimentos consumidos e este sistema de recompensa altera-se mas ainda permanece ativo. Talvez por isso a cirurgia bariátrica, embora de eficácia elevada, não é eficaz em 100% dos doentes.”
A colaboração neste trabalho por parte da ULSLO consistiu na seleção e acompanhamento dos doentes que participaram nos testes de paladar e João Sequeira Duarte participou nas revisões do paper, sendo a primeira vez que o Serviço de Endocrinologia publica nesta revista científica, de elevado impacto. O diretor do Serviço endereça os parabéns ao Dr. Albino Maia e, de um modo particular, à Dra. Gabriela Ribeiro e à Dra. Ana Fernandes, da ULSLO, “motores de um trabalho bastante exigente em termos de metodologia”.
Muitos parabéns a todos 👏
Leia a notícia em Público.pt.
Link para o artigo na PLOS Biology
Artigo publicado originalmente a 30/12/2024 em www.ulslo.min-saude.pt