Ciente dos desafios e dos propósitos do IPO Lisboa, a nova Provedora do Utente, Graça Freitas, assume o compromisso com “honra” e numa “ótica colaborativa e dialogante.”
No ano em que comemora o seu centenário, o IPO Lisboa demonstrou toda a sua vitalidade e permanente capacidade de adaptação a novas necessidades, exigências e expetativas, continuando a congregar na sua matriz os “cuidados de assistência, o ensino e a investigação do cancro”, numa busca permanente de elevada qualidade e da valorização da pessoa humana enquanto portadora de risco ou de doença oncológica, envolvendo também os seus próximos, nomeadamente a família.
Nos seus propósitos e projeto o IPO Lisboa honra a sua história e cultura projetando o futuro ancorado no profundo significado da sua marca, sinónimo de reconhecimento e fundada confiança social.
Perante contextos externos e internos desafiantes e multivariados, o IPO Lisboa posiciona-se num universo diversificado de atores apresentando como missão diferenciadora a garantia do acesso e resposta tempestiva a todos, com qualidade e segurança, mantendo-se como referência em situações de elevada complexidade.
A estas dimensões acrescem o humanismo, a dignidade, o conforto, a eficiência e a sustentabilidade económica, social, ambiental e tecnológica numa cultura de promoção do Valor em saúde. Valor tanto mais tangível quanto a capacidade de ensinar e formar profissionais e parceiros e de empoderar cidadãos promovendo a sua literacia e incentivando práticas de prevenção da doença, da primária à quaternária, num continuum indissociável do percurso vitale e de promoção da saúde.
Perante os desafios prevalentes e futuros, a reorganização dos modelos de gestão e a implementação de novas soluções para “mudar paralelamente à mudança” impõem abordagens verdadeiramente centradas na pessoa em risco ou já com doença. Para tal, os processos de mudança carecem de reflexão, abordagens participativas, diferentes protagonismos, mobilização da sociedade civil e dos poderes públicos, com a abertura necessária para escutar anseios e propostas tendentes a “mudar alguma(s) coisa(s), de forma a que nem tudo fique na mesma”.
De encontro a estes desafios o Estatuto do Serviço Nacional de Saúde revela que a “escolha de uma política de construção democrática dos serviços de saúde” e de uma “abordagem multissectorial da efetivação do direito à saúde” atribuem especial destaque à participação dos utentes no domínio da prestação de cuidados e da sua humanização, criando-se assim, nas unidades do SNS, a figura do Provedor/a do Utente.
O/a Provedor/a, devidamente acompanhado, é defensor e representante dos interesses e direitos dos utentes e seus familiares, incluindo o direito a informação rigorosa e o apoio ao seu percurso nas instituições de saúde, em qualquer nível e tipologia de cuidados, posicionando os contributos dos utentes/doentes e das suas associações junto dos Conselhos de Administração das Unidades de Saúde.
O IPO Lisboa acolheu a escolha do/a seu/ua Provedor/a, cabendo-me a honra de ocupar tão distinto lugar.
Tudo farei para promover junto do Conselho de Administração, numa ótica colaborativa e dialogante, o respeito pelos interesses dos utentes e das suas famílias propondo e advogando a melhoria contínua de processos que tendam a responder ao que as pessoas necessitam da instituição que tem o dever de os cuidar, com dignidade, respeito e boas práticas, à luz de princípios éticos, da ciência e dos conhecimentos mais atuais. Sem esquecer, que a todos nos assistem também, deveres, que a perfeição é busca e que “o pé faz o chão”.
Graça Freitas
Artigo publicado originalmente a 30/12/2024 em ipolisboa.min-saude.pt.