Cirurgião adapta técnica laparoscópica usada em diversos procedimentos cirúrgicos, de áreas como a urologia e a ginecologia, à área do cancro cutâneo.
Chama-se Linfadenectomia ileo-obturadora laparoscópica e “a adaptação da técnica e a sua aplicabilidade na área do cancro cutâneo é uma novidade em Portugal”, como destaca Vitor Farricha, responsável pela área cirúrgica da consulta multidisciplinar de cancro cutâneo do IPO Lisboa.
Com esta inovação, o cirurgião consegue aceder à cavidade pélvica através de três pequenos orifícios no abdómen. Esta técnica permite assim uma abordagem menos complexa e mais rápida – cerca de 30 minutos – e com bons resultados.
“Além de ser menos agressiva e permitir uma recuperação mais rápida, tem outros benefícios quando comparada com a cirurgia aberta: menor trauma cirúrgico, menos dor no pós-operatório, alta após 24 horas e cicatrizes mais reduzidas”, resume o cirurgião.
Na sala de operações, a gestão de recursos humanos também foi otimizada: a intervenção é realizada ‘apenas’ por dois cirurgiões – Vitor Farricha e Joana Bártolo, da unidade de Outros Tumores Sólidos -, um anestesista e dois enfermeiros.
Com uma dezena de doentes tratados até agora, o médico sublinha que este é um procedimento oncologicamente seguro. Além disso, é uma abordagem que vem reforçar a capacidade formativa do IPO Lisboa, podendo “atrair jovens cirurgiões interessados em aprender novas técnicas.”
Artigo publicado originalmente a 19/02/2025 em https://www.ipolisboa.min-saude.pt/